segunda-feira, 30 de março de 2009

Senza Fine - Gemelli DiVersi (2009)

Conheci essa banda há relativamente pouco tempo. Já tinha ouvido falar, mas nunca tinha me interessado em saber do que se tratava. Até que a Thay comentou que gostava e me mandou umas músicas e... foi amor à primeira audição! “Mary”, “Tu No” e “Icaro” foram as primeiras músicas deles que ouvi. Um soco no estômago!
Agora eles acabam de lançar esse best of, lotado dos carros-chefes da carreira, e com três músicas inéditas, mais um remix, que eu prefiro chamar de releitura, de “Bboy-Bband”.

Vivi Per un Miracolo” abre o cd. Foi com essa música que eles participaram do Festival de Sanremo, sobre o qual já falamos. Eu adoro a música, a letra é forte, os rappers em boa forma, mas não gosto do efeito eletrônico na voz do Strano. Ele é um grande cantor, tem uma bela voz e é verdadeiramente bom cantando ao vivo. Seria um ponto forte ir a Sanremo com uma música que se sustentasse na voz dele, como “Icaro” e não nos dois rappers, Thema e Grido. Mas a música vale a pena.

A segunda música inédita é “Senza Fine”, que dá nome à coletânea. Simplesmente adorei! A música começa com um diálogo entre o DJ, THG, e sua filhinha Nicole. Uma fofuraaaaaa! E logo depois começa a pancadaria. Rap pesado, com participação de Space One (não faço a mínima ideia de quem seja. Sei apenas que participou de uma música do disco “4x4"). Participação também de J-Ax, irmão do Grido, que também é rapper, e a quem Nicole anuncia com tamanha empolgação! Tem um monte de palavrões na letra, mas é o estilo deles e combina com o “peso” desse rap. Eles não estão aí para posarem de certinhos, até porque não são mesmo. Grido andava com uma camisa que dizia “cannabino”. Lembra algo? Cannabis sativa, não? Hihihi! Abafa!

Nessuno è perfetto” é a última inédita. Tem um quê meio “dance”, e eu gosto disso também, mas lá vem Strano outra vez com a voz digitalizada. Aí não gosto tanto assim... Mas é uma boa música.

Depois dessas, começam os mega sucessos da carreira. “Un’Attimo Ancora” é inédita para mim, apesar de ter sido o primeiro sucesso deles. E com razão fez sucesso. É excelente! A cantora que faz o refrão, Jenny B, é ótima. Aliás, o refrão foi tirado de uma canção do Pooh (não, não é o ursinho Pooh!). Trata-se de uma banda italiana “das antigas” e a música se chama "Dammi Solo un Minuto".

Em seguida “Ciò Che Poteva Essere”. No mesmo estilo da anterior e tão boa quanto, Strano e uma cantora que eu não sei quem é, num belo refrão. “Sarà il Cemento” e “Musica” são outras inéditas para mim, e eu não gostei delas. “Chi Sei Adesso” também não me agrada muito. “Anima Gemella” tem participação de Eros Ramazzotti. O refrão é um trecho de “Stella Gemella”, música do Eros e regravada por Laura Pausini, no disco Io Canto (2006). Aliás, eu amo essa música. Foi uma das primeiras do Eros que eu ouvi.

Agora só vem pancada! “Tu No”! Wow! Essa eu amo, amo, amo, amo! PERFEITA! Depois, eles atacam com “Mary”, outra simplesmente perfeita, retirada do álbum “Fuego” (2002). Strano em excelente forma, video clipe em estilo “filminho”, também perfeito. É uma historinha triste, com final feliz, e que final (do clipe e da música, com aquele coro lindo).
Tu Corri” é do mesmo disco de “Mary” e acho as duas parecidas no que diz respeito à letra. Aquela não tem a força desta, mas é uma boa canção. Tem Strano com a voz um pouco digitalizada também...

Un Altro Ballo”. Uma música diferente, uns sons meio árabes, sei lá. A princípio, não gostei. Mas fui ouvindo e deixando de achar estranha e em pouco tempo já adorava a música e estava repetindo o refrão sem parar. É do disco “Reality Show” (2004). “Fotoricordo” é do mesmo disco. Uma canção boa. Ponto.
Agora as canções do álbum “Boom!” (2007): “L’istruzione per l’(ill)uso” e “Icaro”. Dois estilos totalmente diferentes. Duas canções excelentes.
Para fechar, a releitura de “Bboy-Bband”, renomeada de "Bboyband Revolution". Eu adoro a música original. Gostei dessa versão, mas cortaram sem cerimônia a ponte* que o Strano cantava!! Ódio! Eu amava essa ponte! Mas enfim, ficou boa a versão com o Rezophonic. E essa música tem uma letra muito interessante, fala da carreira deles, de como foram comparados com o Take That. “Paragoni me con i Take That sul giornalino, ma ignori che il nome boyband è nato per i Beatles"**, dizem os rapazes, e eu babo. Belo encerramento do disco, ressaltando apenas que eu adoraria ter a ponte cantada pelo Strano de volta nessa versão, mas fazer o quê se eles não quiseram?

Melhor(es) faixa(s): Senza Fine, Vivi Per Un Miracolo, Tu No, Mary, Icaro
Pior(es) faixa(s): Sarà Il Cemento, Musica.
Nota: 7,5



*Ponte é aquela parte da música que liga os trechos ,e que não é repetida. Geralmente é o “ponto alto” da canção.
**Você me compara com o Take That na revista, mas ignora que o substantivo boyband foi criado para os Beatles.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Top 5: Sanremo 2009

O Festival di Sanremo já acabou há mais de um mês, mas as músicas dele continuam tocando nas rádios. E agora, passada a euforia inicial, decidimos fazer um “top 5” com as músicas que, na nossa opinião, foram as melhores dessa edição do Sanremo. Como grande parte das nossas opiniões não bateram... são dois Top 5. Um da Bruna e um da Thay:

Top 5 da Bruna:

1º lugar: Sincerità, Arisa.
Já falamos dela aqui no blog e com certeza ainda teremos muito o que falar. Essa música é uma fofura só. É difícil não agradar o ouvinte e, para mim, foi a melhor do festival.

2º lugar: Il Mio Amore Unico, Dolcenera
A Dolce sabe fazer ainda melhor, mas Il Mio Amore unico contagia. Eu ouvi pela primeira vez e minutos depois já estava cantarolando o refrão. Um absurdo essa música não ter ido para a final.

3º lugar: Vivi Per Un Miracolo, Gemelli DiVersi
Podia estar em segundo lugar, nno fosse a maldita digitalização da voz do Strano. É uma excelente canção, com letra forte, como é comum aos Gemelli, mas o efeito “moderninho” não me agrada.

4º lugar: Biancaneve, Alexia e Mario Lavezzi
Alexia e seu vozeirão em excelente forma, numa música composta por Mogol. Adorei!

5º lugar: Spiove Il Sole, Irene
No começo, fiquei com o pé atrás... Ela é filha do cantor Zucchero, então já fui logo pensando que estava lá porque “papai pagou”, como uns e outros no Festival. Mas não, Irene é boa, realmente boa. E se “papai pagou” é porque acreditou no taco dela. Essa música nem é tão boa assim, mas pelo talento da moça, vale o quinto lugar.


Top 5 da Thay:

1° lugar: Più Sole, Nicky Nicolai e Stefano di Battista.
Desde a primeira audição me encantei com essa música. Talvez porque as letras do Jovanotti me agradem muitíssimo. Talvez porque gostei da atmosfera feliz. Só sei que é, até a hoje, a música que mais me agradou.

2° lugar: Sincerità, Arisa
A verdadeira surpresa do Festival. Mais elogiada do que o vencedor da categoria Artisti. Sincerità é doce, romântica e envolvente. Não falo mais porque já fiz um post todo sobre o álbum da Arisa.

3° lugar: Come foglie, Malika Ayane
Confesso que a primeira audição da música não me agradou. As seguintes, achei bem melhor. Quando ouvi a compilação, já estava entre as melhores. Outro caso de música escrita por um compositor/cantor que me agrada: Giuliano Sangiorgi, vocalista do Negramaro.

4° lugar: Il mio amore unico, Dolcenera
A música é muito boa. Mas "Com'è straordinaria la vita" e "Siamo tutti la fuori" defendidas em Sanremos anteriores pela Dolce, eram incríveis. Mesmo sendo uma das minhas cantoras preferidas, só consigo dar a quarta colocação.

5° lugar: Vivi per un miracolo, Gemelli Diversi
Quem conhece o trabalho dos meninos desse grupo de hip-hop, sabe que a música poderia ser melhor. Se não tivessem digitalizado do Strano, por exemplo. O resultado, ainda assim, é positivo, por isso fecha o meu Top 5.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sincerità no Disco Italia

Hoje, quando acessei a Radio Italia Tv, estava passando o clipe da Arisa, Sincerità. Já disponibilizado neste post. O interessante é que estava passando como Disco Italia. Explico: a cada semana um clipe é transmitido em horários específicos, oito vezes por dia. Até onde eu sei, acredito que seja um acordo entre a Radio Italia e as gravadoras, mas não tenho certeza. De qualquer forma, se for por pedidos, ótimo, pois é bom saber que a Arisa está conquistando o público italiano. Se for por acordo com gravadoras, ótimo também, já que a Warner Italia está investindo na Arisa. E estão mais do que certos, porque é quase certeza que ela não vai ser um nome que sairá facilmente do panorama musical italiano. Para quem quiser saber os horários em que são transmitidos o Disco Italia, clique aqui. Para assistir a Radio Italia Tv, clique aqui.

domingo, 22 de março de 2009

Renga: do Sanremo para o Mundo


O título desse post pode soar um tanto ousado, ou mais adequado caso se referisse ao vencedor da 59° Festival della canzone Italiana di Sanremo, Marco Carta.
Contudo, cabe lembrar que, antes da competição começar, e até durante a mesma, Francesco Renga liderou a bolsa de apostas relacionada ao Festival.
A primeira impressão que eu tive quando ouvi "Uomo senza età", música com a qual Renga competiu no Sanremo, foi de que não era aquilo que eu esperava dele. Talvez, porque ainda estivesse impressionada com "Ferro e Cartone", o último cd do ex-vocalista da banda Timoria, um álbum composto por baladas e pop/rock. Por isso, a minha surpresa quando descobri que "Uomo senza età" era uma opereta. Nada mais justo, dado que a música é uma homenagem a Luciano Pavarotti. Destaco também que capacidade vocal não falta a Renga. A música defendida é boa, mas não emociona tanto quanto "Angelo", vencedora do Festival di Sanremo de 2005, ou "Dove finisce il mare", seu último sucesso. "Uomo senza età" não venceu o Sanremo de 2009 e não ficou nem entre as três colocadas na categoria "Artisti", antiga "Big".
Se o cantor de Udine tivesse vencido o último festival, o título do post seria adequado. No entanto, como acredito que "se lançar para o exterior" tenha sido e ainda seja a intenção do Renga, não encontrei outro título melhor.
Em maio, ainda sem data definida, será lançado o álbum "Recital - per voce e orchestra", feito para lançar Renga no exterior. Pelo título do cd, deduzo que seguirá o estilo de "Uomo senza età". E não consigo entender como algo tão bom assim, já que Renga que é ótimo no pop/rock e já tem um estilo quase próprio, para conseguir a fama em outros países, contenta-se em ser apenas bom ao cantar operetas e similares.
Provavelmente o que me incomoda é essa estereotipação da música italiana. No entanto, antes de falar (mais) sobre um cd que ainda não saiu, acabo meus comentários aqui. Quando o cd sair, escreverei sobre se os meus "temores" eram infundados ou não. Esclareço que, ainda discordando da abordagem do Renga, espero que ele faça sucesso no exterior, pois é um ótimo cantor.
E, para ajudar diminuir essa estereotipação da música italiana fora da Bota, existe o nosso blog!


terça-feira, 17 de março de 2009

Laura Pausini - Primavera in Anticipo (2008)


Finalmente um cd inédito da Laura, depois de quatro anos desde “Resta in Ascolto”. Como ela acaba de começar a turnê desse disco, achamos importante fazer essa resenha.
Primeiramente, é um cd que segue à risca o estilo Pausini de fazer disco. Há uma clara divisão em três blocos, apesar de a própria Laura citar quatro divisões, ou estações, como ela preferiu chamar, eu só identifiquei três. Um bloco traz as tradicionais baladas românticas, depois vem um bloquinho mínimo de canções alegrinhas, e o bloco maior é o da melancolia e da nostalgia. Talvez seja esse bloco que a Laura divide em dois, resultando então em quatro blocos. Mas para mim, no final das contas, melancolia ou nostalgia dá no mesmo: uma série de canções fortes e emotivas, bem ao estilo que a consagrou. Eu gosto. O único cd que não seguiu absolutamente essa tal “fórmula Pausini” foi o “La Mia Risposta” (1998). Esse, aliás, é meu cd favorito. Mas vamos ao novo.
Mille Braccia” é a música que abre o cd. Uma música otimista, ao estilo de “Siamo Noi”, do disco “Tra Te e il Mare (2000)”, um ótimo disco por sinal. É uma canção bonitinha, alegrinha, mas não me convence. Geralmente gosto mais da Laura “deprê” que da alegrinha. São raras as exceções, uma delas é "Che Bene Mi Fai ", do já mencionado La Mia Risposta. Além do mais, “Siamo Noi” é mil vezes melhor. Sempre pulo essa e parto logo para “Invece No”, primeiro single do disco. Uma letra delicada, que fala emocionadamente da perda de alguém querido e de como ainda fica muita coisa a dizer. Laura na melhor forma, uma melodia bonita, letra idem. Gostei mesmo. Ela ganhou uma versão em português, “Agora Não”, mas a Warner fez o “favor” de não incluí-la na edição brasileira. Até o último segundo do cd eu tinha esperança de vê-la pelo menos como ghost track, mas o cd acaba mesmo em “Sorella Terra”.
Depois da nostalgia de “Invece No”, vem a contagiante “Primavera in Anticipo”, que dá nome ao disco. Eu acho essa música bastante comercial, feita para tocar mesmo na rádio, o que nem sempre quer dizer que seja ruim. Nesse caso, o resultado é muito bom. O dueto com James Blunt funciona bem e deu um charme a mais na canção.
Nel Modo Più Sincero Che C’è”, que está no bloco das românticas, fala da certeza de que o novo amor vai dar certo: “Un amore pieno e importante, infinito presente, questa volta è così, è per te.”* Convence. E a melodia é linda.
Un fatto ovvio”, “Il Mio Beneficio” e “Prima che Esci” são do bloco depressivo do cd. E eu adoro as três, principalmente a última. A Laura é boa no corta-pulso! “Prima che esci”, aliás, foi escrita pelo Gianluca Grignani. Se você acha que não sabe quem é, trata-se do autor da música “La Mia Storia Tra Le Dita”, que a Ana Carolina estragou solenemente usando a enas música e jogando uma letra qualquer por cima. Se pelo menos fosse uma versão fiel... Mas deixemos isso de lado, porque eu me revolto com essas coisas. A despeito de algumas críticas que vi na imprensa italiana de que a música não seria adequada à voz de Laura, eu achei que ficou perfeita.
Più di Ieri” é a próxima, uma excelente representante do bloco romântico. Gosto muito da interpretação da Laura e do jogo de palavras nessa letra dela e de seu fiel escudeiro, Cheope. “Scusami degli scontri fisici, disperati e ilogici come me”**. A aliteração dá um charme a mais nessa música, que já é muito boa. “Bellissimo Così” eu acho que é do bloco romântico, apesar de ter aquela pitadinha de rock. Sinceramente, não gosto dessa, assim como não gosto de “L’Impressione”. É corta-pulso total, e apesar de achar a Laura perfeita para isso, a música é absolutamente sem graça, sem sal, sem nada. Talvez por ter sido feita para o ex-namorado, Gabriele Parisi, que é tão sem graça quanto a música. “La Geografia del Mio Cammino” tem uma boa letra, menciona o tema do primeiro sucesso, “La Solitudine”, mas não gostei da melodia. Mais uma que eu pulo ao ouvir o cd.
Agora, minha preferida, “Ogni Colore Al Cielo”. Lembra um pouco “Come si Fa” (Tra Te e il Mare - 2000). Acho a letra perfeita, a melodia linda e a interpretação da Laura é bem emocionante. Para mim, essa é, de longe, a pérola do disco. Em seguida vem “Privavera in Anticipo” numa versão só com a Laura. Boa, mas é bem melhor com o Blunt. Por fim, “Sorella Terra”, uma música sobre o planeta, ao invés das tradicionais músicas de cunho social. Uma excelente música, com refrão lindo e final maravilhoso. Fecha o disco muito bem.
Para concluir, digo que “Primavera in Anticipo” não foi feito para conquistar novos fãs. Bom, talvez algum fã do James Blunt, mas só. É um álbum para os que já são fãs. Se você já gosta da Laura, com certeza vai amar o cd que, como eu mencionei, é totalmente fiel ao estilo dela. Se não gosta, é provável que continue sem gostar.
Eu gostei bastante, mas queria ver um pouco mais de ousadia nela, como a que ela teve ao gravar o “La Mia Risposta”, ou quando incluiu no cd “Io Canto” uma música dançante (“La Mia Banda Suona Il Rock”). Uma corzinha a mais nessa primavera não faria mal.


Melhor(es) faixa(s): Ogni Colore al Cielo; Primavera in Anticipo; Più Che Mai.
Pior(es) faixa(s): L’impressione; La Geografia Del Mio Cammino.
Nota: 8



*Um amor pleno e importante, infinito, presente, desta vez é assim, é por você.”
**Desculpe-me pelos confrontos físicos, desesperados e ilógicos, como eu.”

quinta-feira, 12 de março de 2009

Gianna Nannini: Attimo

Gianna Nannini é hoje uma das cantoras mais importantes no panorama musical italiano. Admito que quando comecei a ouvir as rádios italianas, detestava Sei nell'anima. E tocava direto. Acredito que eu não tinha maturidade para enxergar a beleza da voz e interpretação dela. E não aconteceu só com essa cantora, mas isso é assunto para outros posts.

No dia 6 de março, foi lançado Attimo, o primeiro single do álbum "Giannadream - Solo i sogni sono veri", que tem como data de lançamento prevista dia 27 de março de 2009. Considerando que o último cd de inéditas da cantora, Grazie - 2006, vendeu mais de 500 mil cópias e ficou entre os mais vendidos por onze semanas, é quase que desnecessário dizer que este novo trabalho da Gianna Nannini é aguardado ansiosamente na Itália. "Giannadream" é o primeiro álbum da cantora pela gravadora "RCA/Sony Music".

Attimo foi produzido por Gianna e Wil Malone, e mixada pelo engenheiro de som Cenzo Townshend, que já colaborou com U2 e Snow Patrol.

Agora é esperar pelo álbum!


quarta-feira, 11 de março de 2009

Arisa - Sincerità (2009)

Alguns artistas são tão especiais que ouvindo apenas alguns segundos de uma música já nos sentimos em uma atmosfera mágica. Foi o que aconteceu no 59° Festival della Canzone Italiana di Sanremo. Poucos segundos depois da cantora Arisa, que concorria na categoria “Proposte”, começar a cantar o público presente no Teatro Ariston já a acompanhava com palmas. A apresentação, mesmo para quem não estava no teatro, foi emocionante: a menina tímida, insegura e estranha, conseguindo envolver a platéia do Ariston melhor do que outras filhas de artistas famosos ou que já tinham participado de reality-shows.

O resultado foi justo e a música interpretada por Arisa, Sincerità, venceu o Sanremo na categoria em que concorria.

E no dia 20 de fevereiro de 2009, a cantora que tem como nome de batismo Rosalba Pippa, lançou o seu primeiro álbum: “Sincerità”.

Admito que antes de ouvir o cd estava com certo receio, pelo simples medo de me decepcionar. Mas, felizmente, os meus temores eram totalmente infundados. O cd é tão encantador quanto a canção apresentada no Sanremo, e voz da Arisa é impecável.

A primeira faixa do cd é, Sincerità, o verdadeiro destaque de todo o Sanremo. A faixa seguinte é Io sono. Esta é uma música especialmente doce e simpática. “Io sono una donna che crede all’amore, che vuole il suo uomo soltanto per sé, voglio essere mamma perché la mia mamma è la cosa più bella che c’è/ Eu sou uma mulher que acredita no amor, que quer o seu homem apenas para si, quero ser mãe porque a minha mãe é a coisa mais bonita que existe”. Essa é a parte do refrão de Io sono, que me fez ter a certeza de que eu não me decepcionaria com Arisa.

La mia strana verità
, a terceira faixa, tem um tom que remete às fábulas e que a cantora da pequena cidade de Pignola mostra mais uma vez toda a delicadeza de sua voz.

Abbi cura di te é a música mais pop do álbum, está longe de ser considerada uma canção ruim, mas, talvez por destoar das demais, não tem o mesmo encanto que o resto do cd.

A quinta música, Pensa così, é quase uma fábula cantada, que conta história de borboletas, pavões, corvos e outros animais. Poderia facilmente estar em um cd destinado a crianças, entretanto é uma música tão adorável, que rapidamente lembra quem está ouvindo que aquele é o cd da mais nova revelação italiana. Pensa così ainda tem, nos segundos finais, uma “brincadeira” da cantora.

Piccola Rosa
é outra música que mostra o grande potencial, não com agudos potentes, mas com uma delicadeza emocionante, da vencedora da categoria Proposte.

Te lo volevo dire é a única faixa que trata de uma desilusão, neste caso, amorosa, ainda assim o ritmo da canção é alegre, como todo o álbum.

Com’è facile
, a antepenúltima música do cd, é a que mais se parece com Sincerità, no que diz respeito è letra, e a que tem uma das melodias mais alegres.

Em L’uomo che non c’è, Arisa canta a inexistência do homem tão idealizado pelas mulheres e tem o mesmo tom mágico que predomina no cd, o que por um momento nos faça esquecer que a música é “L’uomo che non c’è” e não “L’uomo che c’è”.

E o álbum se encerra com uma das canções mais bonitas, Buona notte, o que não poderia ser mais propício, pois “Sincerità” é um álbum que nos leva para uma atmosfera mágica. Nada mais justo então que a última canção nos deseje uma boa noite, como se deseja a uma criança que vai dormir depois de escutar a sua fábula preferida.

Outro fato a se destacar no álbum é que as músicas são curtas, a mais longa, Pensa così, tem 4 minutos e 33 segundos, e mais da metade das músicas presentes no álbum tem menos de 3 minutos e meio.



Sincerità” é o ótimo primeiro álbum de uma cantora que provavelmente terá uma carreira brilhante. Que tem uma voz linda, e que canta sem querer aparecer mais do que a sua música, não recorrendo assim a agudos desnecessários apenas para mostrar o quanto sua voz é potente. E para quem fica na dúvida se Arisa tem uma voz potente ou não, compartilho a informação de que com 16 anos Rosalba Pippa venceu um concurso cantando “My All” de Mariah Carey.
E é assim, com a bela voz de Arisa cantando músicas envolventes que percebemos que o Festival di Sanremo, apesar das injustiças, ainda nos presenteia com grandes artistas.

Melhor(es) faixa(s): Sincerità; Buona notte; Io sono.
Pior(es) faixa(s): Abbi cura di te.
Nota do álbum: 8.5

Site oficial: http://arisa.warnermusic.it/
Outro(s) site(s): http://www.arisaweb.com/home.htm

terça-feira, 3 de março de 2009

Giorgia Todrani

Giorgia Todrani (nascida em Roma, 26 de abril de 1971) nasceu em uma família habituada a conviver com a música. Aos 16 anos de idade começou a ter lições de música. Algum tempo depois, Giorgia passou a se exibir na banda do pai (Giulio Todrani), chamada “Io vorrei la pelle nera”, na qual deixaria de se exibir no início dos anos 90, para cantar na sua própria banda: “Friend Acoustic Night”.
A primeira aparição no âmbito nacional aconteceu em 1994, quando Giorgia participou do 44ª Festival della canzone italiana di Sanremo na categoria “Giovani” com a canção “E poi” (Todrani, Calabrese, Rinalduzzi). O Festival da canção Italiana trouxe bons resultados para a cantora: o seu primeiro cd, intitulado “Giorgia”, vendeu 150.000 cópias e ainda em 94; e a cantora romana foi convidada por Luciano Pavarotti a participar da edição daquele ano do “Pavarotti & Friends”.
No Natal deste mesmo ano Giorgia ainda cantou para o Papa, no Vaticano.
Em 1995, três acontecimentos podem ser destacados na carreira de Giorgia. O primeiro, a realização de um dueto com o cantor Andrea Bocelli. A música em questão era “Vivo per lei”, um dos maiores sucessos do tenor da Toscana. O segundo, o lançamento do seu segundo cd, chamado “Come Thelma & Louise”.
E talvez aquele que seja o fato mais importante naquele momento da carreira da cantora: o retorno a Sanremo. Nesse ano, Giorgia concorreu na categoria “Big” com a música “Come saprei” (Cogliati, Todrani, Ramazzotti, Tosetto). E, superando nomes consagrados como Gianni Morandi, Giorgia alcançou o primeiro lugar.
Outros fatos ainda podem ser destacados no ano de 1995: em maio, cantou “L’Ave Maria” para o Papa na Piazza S. Pietro. E, além disso, o cantor Elton John a convida para acompanhá-lo como “Special Guest” nas apresentações italianas da sua turnê.
Em 1996, Giorgia retorna ao palco do Sanremo, e novamente consegue uma boa classificação. Dessa vez com a canção “Strano il mio destino”(Todrani, Fabrizio), que ficou com a terceira colocação. No mesmo ano, Giorgia lança o seu terceiro cd, “Strano il mio destino – Live & Studio 95/96”.
Depois de uma breve pausa, em 1997 é lançado o quarto cd “Mangio troppa cioccolata”. No mesmo ano, Giorgia realizou mais um dueto, dessa vez com Pino Daniele, na música “Scirocco d’Africa”. A amizade com Pino Daniele renderia outros encontros musicais com o cantor.
Depois de uma pausa um pouco mais longa, Giorgia retorna em 1999 com o seu quinto cd em língua italiana: “Girasole”. Este álbum foi quase que inteiramente produzido por Giorgia.
No mesmo ano, Giorgia Todrani tornou-se embaixadora da Unicef.
“Senza Ali”, o sexto cd da cantora romana, é lançado em 2001 simultaneamente a mais uma participação no Festival da canção italiana. A música apresentada no Sanremo nesse ano é a belíssima “Di sole e d’azzurro”, escrita por Zucchero, e segunda colocada no Festival.
O ano de 2002 ficou marcado pela morte de Alex Baroni, namorado de Giorgia. Alex Baroni, também cantor, faleceu no dia 13 de abril. No dia 23 de junho do mesmo ano, Giorgia se exibiu, como também fizeram muitos outros cantores, no palco “Festa Della Musica di Roma”, dedicada à memória de Baroni. Ainda em 2002, saiu o primeiro “Greatest Hits” de Giorgia “Le cose non vanno mai come credi”. O álbum contava com canções de sucesso como “Vivi davvero” e “Marzo” (dedicada a Alex Baroni), e vendeu mais de 400.000 cópias. O ano de 2002 traz mais um dueto para Giorgia, dessa vez com o ex-vocalista do Boyzone, Ronan Keating, na música “We’ve got tonight”.
O álbum seguinte da cantora romana foi “Ladra di vento”, lançado em 2003. No ano seguinte, foi lançado o dvd “Ladra di vento”, gravado em Milão.
Em 2005, Giorgia lança o “MTV Unplugged Giorgia”, que teve também a sua versão em DVD. Os dois foram gravados no dia 29 de abril durante a transmissão do canal MTV.
“Stonata”, o sétimo álbum é lançado em 2007, e tem como um dos destaques o dueto realizado por Giorgia e Mina, ou seja, este dueto é o encontro de duas grandes vozes italianas.
O último álbum lançado pela cantora, até a presente data, é “Spirito Libero - Viaggi di voce 1992-2008”, que é a segunda compilação dos melhores hits da carreira da cantora. Em três cds estão presentes antigos sucessos, covers e canções inéditas, como a bela “Per fare a meno di te”.
Giorgia Todrani é, sem dúvidas, uma das maiores cantoras italianas da atualidade, que com a sua poderosa voz dá vida a belas canções.

domingo, 1 de março de 2009

O Sanremo das decepções

Ainda tenho me perguntado porque estava tão ansiosa para assistir ao Festival de Sanremo deste ano, de 2009. Passei quatro anos sem acompanhar esta competição da música italiana devido aos meus estudos, mas agora que pude voltar a ver este concurso, estou simplesmente decepcionada.

Não sei quanto às pessoas que assistiram ao Sanremo, mas tudo me soou tão fraco, tão pobre, que até mesmo aquilo que ainda era mais interessante conseguiu ser jogado para escanteio.

Engraçado, muito antes do Festival começar, especulava- se muitas coisas. Não se falava de outra coisa que não fosse a música polêmica do Povia, “Luca era gay”; a imprensa, assim como o público em geral, achava simplesmente absurda a idéia do artista dizer que ser gay era uma doença e que ele, assim como o tal Luca, curaram-se desta moléstia. Pois bem, Povia ficou entre os três primeiros na classificação final. Surpresa, não? E olha que a música nem era lá essas coisas...

Quando assisti a primeira noite do Festival, algumas perguntas me vieram à mente, dentre elas, o fato da maioria das músicas me soarem tão fracas e suas interpretações tão sem vida. Não posso dizer que todos estavam assim, mas veja, por exemplo, Sal da Vinci: uma música tão sem graça ao estilo Gigi D’Alessio, uma coisa massante e uma interpretação completamente apagada. Talvez o fato de ter como “padrinho” o próprio D’Alessio tenha feito dele um dos fortunados a entrar no grupo dos três primeiros colocados do Festival de Sanremo. E ele era tão sem graça e a letra era tão “dor de cotovelo”...

Talvez a cantora que mais me fascinou, entre os artistas da categoria “Big”, tenha sido Dolcenera. Eu simplesmente adorei o novo look dela! A maquiagem mais leve, o cabelo mais adorável e parecido com o de uma mulher madura, assim como sua roupa mais primaveril. Sua música também muito me agradou, quer dizer, “Il mio amore unico” é uma melodia muito gostosa de se escutar, daquelas que te dá vontade de dançar, assim como a Dolcenera e a Syria fizeram quando estavam cantando em dueto. Não entendo como ela pôde ser desclassificada, ainda mais quando todos diziam que ela era uma das favoritas ao título.

Uma das canções que mais me agradaram, levando em consideração a melodia e letra, foi “Vivi per um miracolo” do grupo Gemelli Diversi. Não posso falar maravilhas sobre suas performances, apesar de tê-los amado na noite dos duetos, quando todos eles, juntamente com a “bandinha de marchinhas de Sete de Setembro”, terem dado ao público o melhor dentre todos os deleites, apresentando-se de coração naquele palco, dando a alma para que ainda permanecessem na batalha pela vitória. Bem, a reação veio tarde, ou pelo menos, segundo a maioria das pessoas que lhes eliminaram, nada os salvaria da derrota. Mesmo assim, eu ainda sou da opinião de que eles mereciam estar na final.

Mas certamente, o que mais chama a minha atenção é o fato do cantor Marco Carta ter ganho aquele Festival. Quer dizer, a sua canção, “La forza mia”, não tinha absolutamente nada de tão interessante. A melodia era sem graça, sem nada inovador. Já a sua letra, bem, não entendo ainda como as suas fãs histéricas e doentes conseguem gostar daquilo. Até porque, sendo ou não um pouquinho maldosa, preciso frizar o fato de que quem estava por detrás daquela música era Paolo Carta, guitarrista e atual namorado da cantora Laura Pausini. Portanto, é óbvio que este pequeno parecer possui lá as suas verdades, quer dizer, qual foi o fã da Pausini que não se encantou pelo Marco? Ou melhor, qual o fã doente pela Laura Pausini não contribuiu para a felicidade de seu namoradinho?

Me perdoem se estou sendo muito crítica, mas não consigo compreender como os artistas mais sem graça, mais “sem sal” conseguiram chegar nas primeiras posições, e mais, não entendo ainda como uma canção tão fraca se tornou a vencedora da competição.

A verdade, é que apenas uma coisa me pareceu justa naquele Festival, a Arisa ter sido a grande revelação deste ano, cantando “Sincerità’” com tamanha sinceridade, dando a Sanremo um pouco de originalidade, tanto no campo melodioso, como no aspecto físico, já que seu look é tão incomum e, por que não dizer, único.

Abaixo vocês podem conferir alguns dos cantores que participaram do 59° Festival de Sanremo de 2009.













Ex-gay?


Ainda em notícias sobre o Festival de Sanremo, já começou o bafafá ao redor do Povia, que se auto-denomina ex-gay, e que vai concorrer com uma canção sobre o tema (Luca era gay). Ninguém ouviu a música, ninguém sabe a letra, mas todo mundo só fala nisso. Ele queria chamar a atenção e está conseguindo.
Eu, particularmente, acredito em ex-gay tanto quanto em Papai Noel. Minha monografia foi sobre adoção por casais homossexuais e por conta dela, pesquisei bastante sobre o tema, desde as raízes históricas da homossexualidade até o novo conceito de família homoafetiva.
Povia fala em cura para a homossexualidade, certo? Ela foi retirada do Código Internacional de Doenças em 1985. Antes disso, em 1973, foi retirada da relação de distúrbios mentais pela Associação Americana de Psiquiatria. Voltando ainda mais no tempo, Sigmund Freud já refutava o caráter patólogico do comportamento homossexual. Agora vêm me falar em ex-gay. Isso não existe! O que existe é a escolha em ser ou não ser socialmente homossexual, como diz uma das maiores especialistas no assunto, a desembargadora Maria Berenice Dias. Sendo assim, o que se diz “ex-gay” é aquele sujeito que se assume homossexual, mas por alguma razão, volta atrás, casa-se com uma mulher, tem filhos com ela e tenta ser feliz assim. Muitas vezes consegue. Outro caso é o do indivíduo bissexual, que se apaixona por alguém do sexo oposto. Nas duas hipóteses o que há é a escolha por seguir ou não a tendência homossexual que existe. Agora ex-gay? Como assim? Cura para algo que não é doença? Povia, Povia, toma um chá de coragem, reassuma que é gay e faça uma música chamada “Luca è ancora gay”.

Esse texto foi publicado em 28 de janeiro, antes do festival. Agora, minha impressão depois de ouvir a música, que aliás, ficou em terceiro lugar. Foi o talento ou a polêmica gerada? Bom, vamos lá...
Achei a música meio boba e a letra, pobre. Gostei do Povia como cantor, mas achei que ele quer “causar” demais. No final das contas, a letra nem fala tanto sobre a tal cura da homossexualidade, mas há quem ache que o Povia deu uma mexidinha na letra para não ser linchado na saída do teatro Ariston.
Em suas apresentações no Festival de Sanremo, ele sempre exibia um cartaz tosco com alguma frase ainda mais tosca. Na apresentação final, Povia trouxe uma versão acústica da música que, sinceramente, gostei. Mas a ceninha que ele armou foi de uma tosqueira inacreditável. Um “artista plástico” foi colocando desenhos nuns cavaletes estrategicamente colocados no palco e no final um casal de noivos entrou e trocou um beijo. E a moça ainda jogou o buquê.
Para arrematar, Povia e seu último cartaz, que dizia: “Serenità meglio che felicità” (Serenidade é melhor que felicidade). Ops! Então ele ficou sereno depois de sua “cura” da homossexualidade, mas não é feliz com a esposa? Legal..........

Equipe Música Italiana

Música Italiana...



O blog Música Italiana foi criado com o intuito de fornecer opiniões, comentários e notícias sobre a música italiana da atualidade.
A Equipe do Blog é formada por quatro jovens admiradores da música italiana. E os estilos serão os mais variados, desde a música pop italiana passando pelo rock e chegando até no hip-hop.
Seja-bem vindo e aproveite o conteúdo e, sempre que quiser, deixe a sua opinião!Abraços!

Equipe Música Italiana